MEZINHAS DO CAFE
Voz do povo não se deve calar
Diz a sabedoria secular:
O café, in natura, ou infusão,
Serve para curar dores, lesão.
Muita vez, não precisa de farmácia
O bom apreciador da rubiácea.
Em verdade, café e preconceito
Estão longe de ser um par perfeito.
Café faz conviver na mesma tenda
A ciência oficial unida à lenda.
A pesquisa científica comprova
O que já foi contado em prosa e trova.
Para minorar mau gosto da azia
Vamos lembrar o que vovó fazia:
Mascava dois grãozinhos de café
E o mesmo também faz vovô Mané.
O menino, com corte que sangrava.
Sabia que a vovó do Pedro Nava
Ia café em pó por na ferida?
Sangramento estancava em seguida.
Dor de ouvido? Bastava uma gotinha
Lá dentro e acabava a dorzinha.
Dor de cabeça que não para nunca?
Folhinhas de café postas na nuca.
Café com mel, na tosse renitente,
Minora o mal, mesmo o mais resistente.
Quase queríamos passar adiante,
Mas café também vale por purgante,
Usado, às vezes, como laxativo
Unido a óleo de rícino activo.
Não falemos do café acachaçado:
Há coisa melhor para resfriado.
E outro valor mais alto se alevanta:
Café é bom parceiro da garganta.
Consta que alguns tenores e sopranos
Mantiveram a voz em altos planos
Com esta receitinha singular:
Café com manteiga faz solfejar.
Tomar café sem açúcar aplaca
O mal-estar causado por ressaca.
Curandeiro? Ninguém lhe faz favor
Ao chamar o café de SENHOR DOUTOR!
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